domingo, 23 de novembro de 2008

Vermelho


Tudo estático. Tudo vermelho e estático. Até mesmo o sangue parece mórbido e gasto na carne dilacerada. Um ferimento aberto que pulsa, mas que não jorra sangue, coagulado como os sentidos. O som, as cores, até mesmo as cores perderam o sabor, a fragrância que antes era de jasmim e agora é de trigo e concreto.
Tudo vermelho e sem muitos contrastes me faz lembrar um tempo que ainda não se passou, que vive apenas imerso ou submerso em meus pensamentos, em minha alma desbravada pelos colonizadores de emoções.
Que bela imagem, formada pelas lágrimas e pelo cansaço no vermelho da boca ou no nariz do palhaço, na maçã do pecado.
Vermelho. Ver. Ver melhor, uma seta que me aponte o caminho ou que me faça ficar parado no mesmo lugar. Estático. [FT]