domingo, 22 de junho de 2008

Luxúria

Asmodeus



É a luxúria, nascida dentre a paixão, que se transforma em ira quando insatisfeita. A luxúria é insaciável, e é um grande demônio. Conheça-a como o inimigo.

[Bhagavad Gita 3.37]




Noite. Oh noite, ordeno-te que se prolongue.
Ordeno que me dê mais tempo pra sentir esse ardor em meu íntimo.
Ordeno que não revele meu recôndito, pois ali quero sentir a brisa e o calor. Quero sentir a pele na pele. Sentir o palpitar do coração alheio. Quero morrer num gozo supremo.
Quero deleitar-me de suores e gemidos que flutuam com o vagar do meu corpo.
Não noite, não. Não te permito que vá, não permito que me deixe apenas com a lembrança.
Hoje não posso me contentar apenas com as imagens de minha mente, porque fui ao céu e vi o sexo dos anjos. Libertinos. Divertidos.
Noite. Quero que me envolvas com teu negrume. Abraça-me longamente enquanto sinto o cheiro da maçã do pecado.
Noite, ordeno-te que me deflore.

domingo, 15 de junho de 2008

Gula

Belzebu


A gula é a fome de nós mesmo, é a fome que sentimos por ser vazios daquilo que queremos, pode até se dizer que é a fome de não se ter fome...

(Breno Cavalcante)


Abra-me
Rasga-te
Pressiona-me contra a parede e limita-me
Luz
Raio de trovão
Vontade descontrolada de controlar o ardor
Mexe-me
Gira-te
Desertado sinto apenas o instinto que me puxa em direção ao centro
Mata-me
Morre-te
Agora como um veneno, corta minha carne, dilacera minha alma
Sinto,
Vejo vindo em minha direção o estupor da fome que fere
Da necessidade que lancina,
Da gula que corrói
Porque não precisamos, apenas queremos ter.

domingo, 8 de junho de 2008

Vaidade

Mammon




Mammon é o filho do Diabo e será ele a trazer o apocalipse para a terra quando com a ajuda divina será trazido ao mundo dos mortais.


Está armada a passarela. O palco de poucos.





Quanto mais te observo, mais sinto sua vontade de ser observado. E essa sua vontade me tira do serio, me estraga, e me entrego. Você consegue mexer com essa coisa mais interna do meu ser. Posso sentir esse farfalhar quando sua sombra se aproxima da minha, e então fecho os olhos pra não pensar em como você passa e se vai sem se dar conta de que isso tudo é verdadeiro, ou pelo menos era, até você ferir meu coração com essa lança que te serve a destra, desde teu acordar até o repouso em sua cama de concreto e bronze.
Sinto a areia passar pelo minúsculo orifício dessa ampulheta, e nesse momento começo a misturar os sentidos, as palavras, os pecados. O tempo passa e seus olhos não param nos meus, e dói, e apenas no ápice do seu sofrimento é que consigo dizer aquilo que sua vaidade desenfreada sempre quis ouvir: eu te amo, e não sou mais eu. Estou despido.

domingo, 1 de junho de 2008

Preguiça

Belphegor



O preguiçoso diz: ?há um leão lá fora!? ?Serei morto na rua!?


(Provérbios 22.13)



Passarei as postagens da série, de Domingo pra Segunda, ou Terça, ou outro dia qualquer.
Isso, grande idéia!