sexta-feira, 21 de setembro de 2007

"Que eu trocaria a eternidade por esta noite"

Relicário

Nando Reis


É uma índia com colar
A tarde linda que não quer se pôr
Dançam as ilhas sobre o mar
Sua cartilha tem o A de que cor?

O que está acontecendo?
O mundo está ao contrário e ninguém reparou
O que está acontecendo?
Eu estava em paz quando você chegou

E são dois cílios em pleno ar
Atrás do filho vem o pai e o avô
Como um gatilho sem disparar
Você invade mais um lugar
Onde eu não vou

O que você está fazendo?
Milhões de vasos sem nenhuma flor
O que você está fazendo?
Um relicário imenso deste amor

Sobe a lua porque longe vai?
Corre o dia tão vertical
O horizonte anuncia com o seu vitral
Que eu trocaria a eternidade por esta noite

Porque está amanhecendo?
Peço o contrario, ver o sol se por
Porque está amanhecendo?
Se não vou beijar seus lábios quando você se for

Quem nesse mundo faz o que há durar
Pura semente dura: o futuro amor
Eu sou a chuva pra você secar
Pelo zunido das suas asas você me falou

O que você está dizendo?
Milhões de frases sem nenhuma cor, ôôôô...
O que você está dizendo?
Um relicário imenso deste amor

O que você está dizendo?
O que você está fazendo?
Por que que está fazendo assim?
...está fazendo assim?



É uma loucura essa vida mesmo. Algumas pessoas simplesmente aparecem e nos encantam de tal maneira que parece tudo coreografado. Milhões de palavras não seriam o bastante para dizer como foi boa aquele noite. Mas uma música consegue dizer.

"Que eu trocaria a eternidade por esta noite"

sábado, 25 de agosto de 2007

O Fim de férias e a sessão nostalgia


Essa janela está aberta aqui na minha frente tem uns 10 minutos, e eu ainda não sei o que vou escrever. Tenho atualizado pouco isso aqui, e hoje disse par mim mesmo que escreveria nem que fosse na marra.

O pior de tudo é que não é falta de assunto, acho que é falta de palavra mesmo ou de habito, (Tenho estado meio preguiçoso esses dias).
Apresentei Todo, Inteiro, Completo, uma peça maravilhosa, com um elenco e um diretor maravilhosos. A peça fui um secesso - detalhe, peguei o papel em três dias.
recebi mais alguns convites.
Bom, ontem foi o coheça ETPC, apresentação de O Auto da Compadecida, um barato o pessoal. A peça foi uma graça, apesar dos contratempos ( tivemos que substituir um ator às verperas e na 2ª apresentação ontem, o padre quase pegou fogo, literalmente... na hora foi um susto, mas depois eu ria sozinho). Conheci muita gente nessas ferias, muita gente boa.
Por falar nisso, fim de férias agora. Segunda eu retorno às aulas, vai ser bom rever o povo.
O ruim vai ser voltar a acordar cedo, isso nunca me agradou.

Já que toquei nesse assunto,acho importante continuar falando dele.
Por que se criou esse mito de que quem acorda tarde é preguiçoso? E se eu for um escritor e quiser trabalhar durante a madrugada e tiver a necessidade de acordar depois de meio dia?
Sou a favor de quecada um acorde na hora que bem entender.
Minha mãe sempre dia:
_ Acorde para aproveitar o dia.
Ora, não vejo maneira melhor de aproveitar o dia que dormindo um soninho gostoso, mas vá tentar dizer isso par ela.

E pra terminar queria agradecer a todos né, muitas novas amizades que durão por longos tempos. Quando pegar as fotos das peças eu posto aki.

A todos
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim.
=)

terça-feira, 21 de agosto de 2007

A arte é a analise da loucura

Estava minha pessoa revirando os arquivos aqui no pc, e eis que encontro esse texto. Esse foi um trabalho que fiz quando estava na montagem de Romeu e Julieta, com a direção de Bernardo Maurício. Claro que hoje sou um pouco mais crítico, mas vale a pena postar aqui.


Felippe da Silva Terra

Romeu & Julieta – 27/05/06

A arte é a análise da loucura. O homem é a complexidade do amor nascido do ódio. Estamos sempre aprendendo, e quanto mais se aprende mais temos o que aprender. Nosso anseio não termina, nossas dúvidas não terminam, mas aprendemos, um dia aprendemos.

Um dia aprendemos que os amigos existem, mas não é fácil encontrá-los e quando os encontramos não percebemos o verdadeiro valor deles ou percebemos, mas não mostramos. Aprendemos que a família é o primeiro e o último amigo que temos, mas que generalizar é burrice. Ninguém tem a mesma família e família nem sempre é sinônimo de apoio.

Aprende-se que um líder não se faz da noite pro dia, e que isso está muito mais ligado à nossa formação do que com nossa idade. Aprendemos a lidar com as diferenças e que ser diferente não é ser melhor nem pior e que as diferenças é que tornam o homem verdadeiramente interessante. O homem é o único ser pensante, e muita das vezes não pensa no que diz ou no que faz. O homem erra. Mesmo enfrentando inquisição, ditadura, corrupção, um dia se aprende que em cada um de nós existe a escolha de lutar pelos sonhos ou simplesmente aceitar o que é colocado.

A arte é a análise da loucura. O teatro se manifesta em nosso ser de uma maneira devastadora, e nos faz apaixonar por nós mesmos, pelo personagem, pelas coxias e sentir no palco aquilo que não conseguimos sentir em nenhum outro lugar. É uma vontade de ser Romeu, de ser Julieta, de ser Jesus, o diabo a quatro, e o melhor é que não precisamos voltar quinhentos ou dois mil anos para montar o personagem, porque “Romeus”, “Julietas”, “Jesuses” e diabos a quatro existem hoje em dia em qualquer lugar que formos.

No palco se alcança a dignidade que nos é tirada, a alegria que se perde num mundo paranóico e aprendemos que sonhar não é imaginar o impossível, é atuar, é viver, é analisar a loucura e encontrar a arte.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Poema Duplo do Lago de Éden

Poema Duplo do Lago de Éden



(A Eduardo Ugarte) :

"O nosso gado pasta, o vento espira." —
Garcilaso de la Vega



Era a minha voz antiga
ignorante dos densos sumos amargos.
Advinho-a a lamber-me os pés
sob os frágeis fetos molhados.

Ai voz antiga do meu amor!
Ai voz da minha verdade!
Ai voz de minhas costas abertas,
quando todas as rosas me brotavam da língua
e a relva não conhecia a impassível dentadura do cavalo!

Estás aqui a beber meu sangue,
a beber meu humor de menino passado,
enquanto meus olhos se quebram no vento
com o alumínio e as vozes dos bêbados.

Deixar-me passar a porta
onde Eva come formigas
e onde Adão fecunda peixes deslumbrados.
Deixar-me passar, homenzinhos dos cornos,
o bosque dos espreguiçamentos
e dos saltos alegríssimos.

Eu sei o uso mais secreto
que tem um velho alfinete oxidado
e sei o horror de uns olhos acordados
sobre a superfície concreta do prato.

Mas não quero mundo nem sonho, voz divina,
quero a minha liberdade, meu amor humano
no recanto mais escuro da brisa que ninguém queira.
Meu amor humano!

Esses cães marinhos perseguem-se
e o vento espreita troncos descuidados.
Oh voz antiga, queima com tua língua
esta voz de lata e de talco!

Quero chorar porque me dá gana,
como choram os meninos do banco mais atrás,
porque não sou um homem, nem um poeta, nem uma folha,
mas um pulso ferido que ronda as coisas do outro lado.

Quero chorar ao dizer o meu nome,
rosa, menino e abeto na margem deste lago,
para dizer minha verdade de homem de sangue
matando em mim a troça e a sugestão do vocábulo.

Não, não. Eu não pergunto, eu desejo.
Voz minha libertada que me lambes as mãos.
No labirinto de biombos é meu corpo nu o que recebe
a lua de castigo e o relógio sob a cinza.

Assim falava eu.
Assim falava quando Saturno parou os comboios
e a bruma e o Sonho e a Morte andavam a buscar-me.
Andavam a buscar-me
ali onde mugem as vacas que t êm patinhas de pagem
e onde flutua meu corpo entre os equilíbrios contrários.

Federico Garcia Lorca

sábado, 16 de junho de 2007

Noite dos Mascarados


Noite dos Mascarados

Chico Buarque

- Quem é você?
- Adivinha se gosta de mim
Hoje os dois mascarados procuram os seus namorados perguntando assim:
- Quem é você, diga logo...
- ...que eu quero saber o seu jogo
- ...que eu quero morrer no seu bloco...
- ...que eu quero me arder no seu fogo
- Eu sou seresteiro, poeta e cantor
- O meu tempo inteiro, só zombo do amor
- Eu tenho um pandeiro
- Só quero um violão
- Eu nado em dinheiro
- Não tenho um tostão...Fui porta-estandarte, não sei mais dançar
- Eu, modéstia à parte, nasci prá sambar
- Eu sou tão menina
- Meu tempo passou
- Eu sou colombina
- Eu sou pierrô
Mas é carnaval, não me diga mais quem é você
Amanhã tudo volta ao normal
Deixa a festa acabar, deixa o barco correr, deixa o dia raiar
Que hoje eu sou da maneira que você me quer
O que você pedir eu lhe dou
Seja você quem for, seja o que Deus quiser
Seja você quem for, seja o que Deus quiser


Oh, maravilha

Bateu aqui uma saudade, ouvindo Chico e pensando na vida. Acho que podemos dizer bem que alguns vivem num eterno Carnaval, e se é assim, por que pensar que amanhã tudo volta ao normal?

A vida é breve, breve de mais pra ser desperdiçada. Hoje estou meio bobo, meio desmotivado, apesar de muito feliz, mas parece que a felicidade me entorpece. É bem verdade, a tristeza me dá força pra escrever, parece que tenho mais assunto.

Também não vale ficar falando do motivo de minha alegria. Eu particularmente não costumo ficar feliz só pelo fato de alguém estar feliz. Em certos casos afirmo isso apenas por educação:

_ Você tá feliz?! então to feliz também.

Mentiiiiiiiiiira, mentira cabeluda. Claro que isso depende da pessoa e do motivo . Mas no geral é assim mesmo que acontece.

O fato é que a tristeza de certa forma é uma boa musa inspiradora, mas é Carnaval, não me diga mais quem é você, se é tristeza ou se é alegria... e o melhor de tudo é que, como amanhã é domingo, nada volta ao normal. Lindo isso .

Amanhã nada volta ao normal
Deixa a festa continuar, deixa o barco correr, deixa o dia raiar que se Chico ler isso é capaz de minha vida nunca mais voltar ao normal, de tanto problema que vou arrumar.

Hehehehhehehehehe

Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim

=]

sábado, 9 de junho de 2007

A Valsa nº 6

(CENÁRIO SEM MÓVEIS. APENAS UM PIANO BRANCO. FUNDO DE CORTINAS VERMELHAS. UMA ADOLESCENTE SENTADA AO PIANO. VESTIDA COMO QUE PARA UM PRIMEIRO BAILE. ROSTO ATORMENTADO, QUE FAZ LEMBRAR CERTAS MÁSCARAS ANTIGAS. MÃOS POUSADAS SOBRE AS TECLAS. AO FUNDO, O RUMOR DO BOMBO, QUE ACOMPANHARÁ TODA A AÇÃO. AO ABRIR-SE O PANO A CENA ESTÁ MERGULHADA NA SOMBRA. APENAS UMA ÚNICA LUZ, INCIDINDO SOBRE O ROSTO DA MOCINHA. E, ENTÃO, ELA EXECUTA UM TRECHO DA VALSA N9 6, DE CHOPIN. SEU ROSTO PASSA A EXPRIMIR PAIXÃO, QUASE O ÊXTASE AMOROSO. CORTA BRUSCAMENTE A MÚSICA. ILUMINA-SE O RESTO DO PALCO. A MOCINHA ERGUE-SE, SEM SAIR DO LUGAR. TERROR.)



Ontem fui ver a apresentação dessa bela obra de Nelson Rodrigues.
Um monólogo onde uma menina de 15 anos é brutalmente assassinada pelo amante.
O texto é magnífico, a montagem foi bem feita, mas o que me chamou a atenção realmente, foi que podemos facilmente traçar um paralelo entre Sônia, a personagem, e a juventude atual.
Coisas estranhas acontecem, o amante que deveria preteger essa criança, a esmaga com atos de crueldade.
O governo empurra o punhal cada vez mais fundo nas costas daqueles que serão os eleitores de amanhã. Punhal de prata, de penetração macia... quase indolor.
É cruel ter que abrir o jornal todo dia e ver que parece não haver ninguem confiável pra se eleger atualmente. Seria engraçado se não fosse trágico.
Mas a culpa não cai somente no amante, não. Temos culpa no cartório também.
A capacidade crítica parece que se eximiu dos pensamentos. O que vale é ter um tênis legal e sair bem nas fotos da balada. E a política? Que chato, coisa de velho. É tudo ladrão, eu num quero fazer parte disso não.
Infelizmente é o que se ouve nos corredores. O país é uma canoa sem rumo.
Não podemos deixar que o espetáculo acabe e Sônia esteja morta. Somos os autores dessa história e como Nelson, se ele quisesse, o final poderia ser outro. A diferença é que ele escreveu pra teatro e nós escrevemos pra nossas próprias vidas.


Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
=]



sábado, 2 de junho de 2007

Leminskando

Poema não rimante

Radiante, ofegante
Refletindo o tão distante
Don Quixote de Cervantes.
Ora um catito infante
Meio certo, meio errante
Por um pasto verdejante.
Se uma rima é importante
Quero ser inebriante
Pra seu peito cativante,
Tal latão ou diamante,
Mas que seja interessante
E não simplesmente combinADO.




Entra na comunidade do Paulo Leminski.
Você pode exercitar seu dom de escrever, lá nos tópicos - Ela disse.
E lá fui eu. Entrei na comunidade, e o primeiro tópico que vi, era:

"Escreva alguns versos para a pessoa do post acima"

Pois bem, lá fui eu me meter a besta e dar uma de poeta.
O resultado foi o texto que abre essa postagem. Meu senso crítico, quando se trata de poesia, é meio fraco. Pra falar a verdade nunca fui um apaixonado por poesia.
Tenho meus ícones na literatura e na música e dificilmente algo além daquilo me impressiona. Insensibilidade minha, talvez, mas na minha visão, a poesia por si só deve tocar a alma.
Traduzindo isso tudo, eu não 'manjo' naaaaaaaaaaada de poesia, então desculpem-me os poetas por minha heresia.
Hehehehhehe

O fato é que - como diria o poeta - tudo vale a pena quando a alma não é pequena.
Esse ramo é perigosíssimo, já que os monstros da palavra estão nos olhando das eternas academias de letras. Só de pegar o lápis - ou o teclado, que seja - uma certa responsabilidade nos vem às costas.
Também não sei se devo mergulhar em livros de poesia, pra aprender e então dizer, " eu sei escrever poesia", ou deixar a intuição me mostrar o caminho que devo seguir.
Enquanto não me decido, acho melhor não fazer muitos versos pro post acima.


OBS: obrigado Elisa, pelo "Leminski".

Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
=]

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Sobre o que falar?

Finalmente consegui criar um espaço pra falar o que eu quiser, hehehehehe.
É bem verdade que as coisas não são assim né, tudo tem que ser como deve ser, mas o importante é ter um lugar pra expressar as idéias não é mesmo?!
Bom, tanto tempo querendo ter um espaço assim que na hora de criar me veio na cabeça aquela pergunta:

"O que escrever na minha primeira postagem?"

Não apenas por se tratar da primeira, mas porque atualmente existem tantos assuntos em alta, política, futebol, o pan que se aproxima, as loucuras que acontecem no cotidiano, em fim, uma leva de assuntos.
O fato é que qualquer um desses papos podem parecer um tanto quanto clichê, e de fato são, para essa ocasião são sim.
Existe a necessidade de ser mais profundo ou menos profundo,não sei, esses temas são muito 'meio-termo'. Posso estar errado, claro, e essa possibilidade não é pequena, no entanto é isso que sinto.

Sobre o que falar então? Vejamos... derrepente uma piada cairia bem pra aliviar a tensão... não, não, isso seria semelhante a falar de política.
Quem sabe uma história bem dramática?
Acho que não, isso me lembra muito a faculdade - heheheheheh.
É... realmente a primeira postagem é um tanto difícil...
Isso é ótimo, agora sei que não faltarão assuntos para as próximas postagens. Acho que vou até fazer uma lista das coisas que eu preciso falar.
Ihhhhhh, uma lista seria bom mesmo, infelizmente não fui abençoado com uma das melhores memórias do 'mercado', aliás, acho que minha memória é boa sim, eu sempre fiz teatro e nunca tive problemas com texto... a não ser certa vez...

Estava lá eu, a frente de uma peça, lembro como se fosse ontem, a peça era sobre natureza, era até engraçado. A história de um bando de árvores atacadas por um feroz caçador, hahahahahah, lembrando disso agora vejo a que ponto chegamos pra ganhar pontuação na escola. Continuando, como em toda família existe uma ovelha negra, no meu grupo também tinha... e não era só uma não, era pelo menos um rebanho. Na hora do ensaio elas começavam a falar, falar, falar, incansáveis e aquilo me irritava profundamente. Tal foi o nível de furor que rasguei todo o texto, disse que daquele jeito não dava, que eles mal sabiam o texto, que aquilo era inaceitável... e fui embora puto da vida.
No outro dia me pediram desculpa e tudo mais... Os ensaios continuaram, bem melhores diga-se de passagem e o dia da apresentação chegou. Foi perfeito, nosso grupo tava magnífico, todo mundo mandou bem no texto e quando chega minha vez... eis que o famoso branco me vem à mente.
Putz, que terrível hem, parecia que eu estava vivendo uma fábula - hahahahhahaah. Depois tive que aguentar as gracinhas né, claaaaaaaaaaro.
Mas foi interessante, uma boa esperiência, aprendi a relevar questões fúteis e nunca mais esqueci outro texto.

Lindo né... pois é, e mais lindo ainda é que sem perceber eu já fiz minha primeira postagem.
E foi mais fácil que parecia.
Agora que já está terminando veio um belo assunto à minha cabeça... o porquê do título do blog.
Mas esse vai ficar pra próxima viagem, ok?!

Para todos,
abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim.
=]