domingo, 25 de maio de 2008

Inveja

Lúcifer





"Porventura é este o homem que fazia tremer a terra, que abalava reinos?"


(Isaías 14:12)





Há muito tempo ele viaja pela fértil imaginação.
Ele não desce de seu pedestal feito de sonhos humanos, e para justificar seu terrorismo sanguinário ele se nomeia senhor do saber.
Os finos fios de cabelo branco contrastam com minha inveja, negra como a noite, como a morte, como o amor que brota em seu coração de pedra.


Os olhos atingem uma profundidade lúdica, brincando com as almas que nessa hora mais se aproximam de brinquedos de pelúcia ou marionetes. Bonecos falantes.
Diante dele toda minha certeza se esvai, e fico aqui, consolado pela única certeza de que um dia ele há de partir. Nesse dia começarei a viver.

domingo, 18 de maio de 2008

Ira

Satã




E vi descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande corrente na sua mão. E lançou-o no abismo, e ali fechou-o, e pôs um selo sobre ele, para que não mais engane as nações. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.

(Capítulo 20:1-3)




"Aff"

Que diabo de gíria é essa?!
A coisa mais sem sentido que já surgiu.
O que aconteceu com o bom e velho palavreado de baixo calão?
Agora me vêm com essa coisa que desde o inicio já mostra uma total falta de criatividade e personalidade. O termo é feio, a escrita é feia, a sonoridade é feia... e além de tudo, não significa absolutamente porra nenhuma. Nadica de nada.

Pra mim a pessoa que usa essa palavra, se é que podemos classificá-la assim, passa uma imagem de superioridade, ou pelo menos de quem tenta se mostrar superior, mas que na verdade mal sabe formular uma frase.
Pode se tratar sim de um preconceito lingüístico, que seja. O que não posso suportar e aceitar, é esse sonzinho entrando todo o tempo nos meus tímpanos.
Não sei o que significa, não sei se significa algo, e SE significa, não faço a menor questão de saber o que.
Enquanto ela estava apenas nas salas virtuais, se referindo a leviandades, estava cada um no seu lugar, mas agora que resolveram integrá-la aos vastos vocábulos das ruas a coisa ficou séria. Mui séria.

Essa palavra realmente me irrita, me trás ira, ódio, é o tipo da coisa que entra por meus ouvidos, acerta meu cerebelo, estraga meu dia e fica tilintando na minha mente, estupidamente. Portanto se querem conservar minha amizade não a utilizem comigo. E tenho dito.

domingo, 11 de maio de 2008

Soberba


Leviatã




“Ninguém é bastante ousado para provocá-lo; quem o resistiria face a face? Quem pôde afrontá-lo e sair com vida debaixo de toda a extensão do céu? ....Quem lhe abriu os dois batentes da goela, em que seus dentes fazem reinar o terror?

(Jó 40:1)

Adoro quando eles se acham os maiorais.
Adoro quando ela pensa que é o centro do Universo.
Adoro quando fica tudo nas entrelinhas.

Esse breve espaço de tempo é redundante, estático, e eles achando que são os maiorais.
Aquele sorriso não me engana, baby.
O que me consola é saber que tudo que eles imaginam, é na verdade uma ilusão. Coelho na cartola. Caolho.

Adoro quando ele me olha com aquele ar de superior. Quando ele pensa que sabe de tudo.
Adoro quando ela, do lado soberbo, fala ao seu ouvido com ar de conselheira do rei.
Adoro, porque hora dessas, todo esse castelinho vai desmoronar, e junto com ele, esse meu adorar. Baby.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Texto para ser lido ao som de Angel [Sarah Mclaughlin]


In the arms of the angel
Fly away from here



Hoje não vou falar de nada belo.
Hoje não vou falar da lua nem do sol.
Hoje não vou usar escrita rebuscada nem artigos indefinidos.
Hoje não sei quem sou, e não procuro entender o mundo. Hoje não.
Hoje quero apenas sentar em meu cantinho, deixar essa lágrima rolar e sentir o vento frio passando por entre meus dedos. Dedos que já não sinto.
Quero me inspirar em Augusto dos Anjos. Quero encontrar meu anjo perdido.

Hoje estou só. Só.